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22 Mar

COMO LIMPAR ÓLEO E GRAXA DAS PEÇAS

Por que a remoção de graxas e óleos é importante?

Lubrificantes são elementos fundamentais de qualquer máquina atual, evitando contato direto entre as partes móveis e garantindo seu funcionamento suave. Porém, em algumas situações é necessário removê-los completamente; seja durante uma manutenção, seja para troca por lubrificantes novos.

Nas manutenções o ideal é retirar todo o lubrificante e substituí-lo por um novo, evitando assim que algum elemento de contaminação volte a operar após a manutenção. Por isso a limpeza completa das peças é essencial, eliminando a chance de contaminação cruzada. O mesmo acontece na troca de lubrificantes, especialmente se o fluido novo não for compatível com o lubrificante que era usado anteriormente.

Em elementos lubrificados com graxa, como engrenagens abertas e rolamentos, muitas vezes é necessário fazer inspeções visuais para certificar que ainda estão em boas condições de trabalho. Neste caso a remoção total de qualquer graxa e sujidades é imprescindível para a correta avaliação do elemento.

Por isso a limpeza correta dos óleos e graxas é importante garantir o funcionamento dos equipamentos.

Neste artigo apresentaremos alguns dos métodos e linhas de produtos mais utilizados para os processos de limpeza de peças.

Processo de limpeza de peças

Existem diversos tipos de processos para remoção de óleo e graxa, e é muito comum as empresas utilizarem uma combinação de dois ou mais processos para garantir a perfeita limpeza de peças. A escolha do processo depende de muitos fatores, como o tipo de óleo a ser removido, tamanho e quantidade de peças, local onde será feita a limpeza etc.

Abaixo comentamos rapidamente alguns dos meios mais comuns para limpeza.

  • Remoção mecânica: Consiste em retirar fisicamente o excesso de óleo e, principalmente graxa, das peças. Pode-se utilizar espátulas, escovas, tecidos próprios ou mesmo papel toalha. Este é um método rápido e básico, mas não muito eficiente. Em geral é o primeiro processo utilizado na limpeza de peças, sendo seguido de outro processo químico ou mecânico para remoção de resíduos de lubrificantes.

  • Limpeza por Imersão: É, literalmente, mergulhar as peças em algum solvente apropriado para que o óleo se dissolva e seja removido. Geralmente é utilizado para limpeza de peças em linhas de fabricação, quando as mesmas precisam de algum acabamento final, como pintura ou fosfatização. A intenção é remover a oleosidade, deixando a superfície das peças prontas para o próximo processo. Pode estar associada a algum processo mecânico de limpeza como ultrassom ou tamboreamento das peças.

  • Limpeza por Vapor Solvente: É utilizado como processo intermediário de limpeza nas indústrias automotivas, aviação e aeroespaciais, aparelhos médicos, eletrônica, a fim de eliminar contaminantes do processo anterior, antes da próxima etapa. Consiste em colocar as peças em uma câmara saturada com vapor de solventes, para que as partículas de vapor interajam com a oleosidade, removendo-a. Em caso de peças pequenas, é utilizado cestos próprios. Depois de passar pelas peças o vapor é condensado, filtrado e reutilizado. Este processo economiza solvente e é muito eficiente onde a abrasão não é necessária para a limpeza.

  • Jatos de água ou desengraxantes: Muito comum em bancadas de manutenção e oficinas. Consiste em remover óleo, graxa e sujidades com o auxílio de jatos de água, emulsões desengraxantes ou mesmo solventes. É um método bastante prático e eficiente para pequenas quantidades, ou para manutenções de peças.

  • Aplicação direta de desengraxante: Através de pincel ou spray, aplica-se o produto diretamente sobre a superfície a ser limpa, Em seguida deixa-se o desengraxante agir por um tempo e o enxagua. Após a secagem a superfície já está limpa e pronta para receber novo lubrificante. Este método costuma ser empregado depois da remoção mecânica dos óleos e graxas das peças, sendo a última etapa de limpeza antes da remontagem das peças.

Produtos mais comuns para limpeza de peças

Apesar de existirem múltiplas formulações de desengraxantes no mercado, basicamente existem duas grandes divisões nos produtos desengraxantes: os produtos à base de solventes e produtos à base de água. Vamos comentar rapidamente alguns deles.

  • Querosene: O uso de querosene como desengraxante é bastante comum, pois é um produto bastante disponível e relativamente barato. Também porque dissolve com facilidade uma vasta gama de lubrificantes. Entretanto, seu uso requer uma série de cuidados, como o uso de EPI’s próprios e ventilação abundante. Além disso, o querosene possui desvantagens, pois é um produto tóxico, inflamável e não biodegradável. A eficácia do querosene como desengraxante também é questionável, pois ele forma um pequeno filme sobre as peças. Este resíduo não é desejável em aplicações na indústria alimentícia, por exemplo.

  • Desengraxantes alcalinos: Tem o ph acima de 9, podem ser diluídos em água e têm alto poder de remoção para sujeiras difíceis de sair como óleos, graxas, ceras e incrustações. A maior alcalinidade saponifica as gorduras, tornando-as solúveis em água. Estes produtos são mais voltados para uso industrial, nas limpezas de máquinas, peças, pisos, veículos, etc.

  • Desengraxantes Neutros: Por contarem com PH neutro, estes produtos não são corrosivos, sendo ideais para superfícies mais delicadas ou para limpeza doméstica onde o produto é mais amigável ao usuário. São indicados para limpeza de superfícies pintadas, vidro, fibra de carbono, plástico, borracha, etc.

  • D-limoneno: É um solvente biodegradável solúvel em água, extraído de frutas cítricas. Vem ganhando atenção na última década devido ao seu alto poder desengraxante e desincrustante. Pode ser utilizado em todas as situações de limpeza, desde que se adeque a diluição. Possui baixa toxicidade e se decompõe naturalmente pelos microrganismos existentes no meio ambiente. Apesar do valor ainda elevado, seu poder de limpeza, baixa toxicidade, biodegradabilidade e odor agradável pesam a seu favor como vantagens.

Como escolher o método correto de limpeza

Antes de escolher um desengraxante, entretanto é aconselhável solicitar a avaliação de alguém especializado na área para fazer uma avaliação da situação em sua empresa e verificar qual produto é o mais adequado.

O tamanho, quantidade das peças e tipo de oleosidade a ser removida são o Norte para escolher o tipo de desengraxante a ser usado. A partir destas premissas, é necessário considerar ainda a segurança ao trabalhador, os custos e o impacto ambiental de todo o processo de limpeza.

Por exemplo, uma fábrica que precisa limpar peças de alta precisão com furos muito pequenos pode enfrentar problemas ao utilizar desengraxantes à base de água. Devido à alta tensão superficial, a água pode não entrar em furos ou canais muito estreitos, ou até mesmo ficar presa nestes pontos, e mesmo um processo de secagem à quente pode não ser eficiente para remover toda a água, criando pontos de possível corrosão. Neste caso o uso de solventes, que penetram em espaços mais estreitos e evaporam com mais facilidade, é recomendado.

Por outro lado, peças mais simples e mais resistentes a corrosão (como alumínio) podem ser limpas com mais facilidade usando desengraxantes à base de água. Este processo é ainda mais vantajoso se a empresa já tiver um sistema de tratamento de água em seus demais processos.

O descarte correto dos produtos utilizados vem ganhando um papel mais significativo diante dos órgãos reguladores e do público, o que deve incentivar uma movimentação para produtos com menor impacto, como os solúveis em água e biodegradáveis, quando for possível.

Estes produtos podem ter um custo de aquisição maior, mas os benefícios como manejo mais simples e seguro, sustentabilidade e vantagens referentes à saúde do trabalhador contrabalançam os custos.

Para se ter certeza de que seu processo de limpeza tenha a melhor relação custo-benefício, recomendamos entrar em contato pessoal especializado para uma correta avaliação das condições existentes.

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